Ontem (25), as ações no âmbito da operação Quadro Negro contra o deputado federal e pré-candidato a prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), foram anuladas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Nos anos lavajatistas, Richa chegou a ser preso três vezes, por sua suposta participação em um esquema de desvio de dinheiro público na construção e reforma de escolas estaduais entre 2011 e 2014, período de seu primeiro mandato como governador do Paraná.
No entanto, o colegiado eleitoral, em deliberação tomada por maioria, optou por acompanhar despacho do ministro Dias Toffoli, que havia anulado todas as deliberações do ex-juiz Sérgio Moro à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da Operação Lava-Jato. Em deliberação publicada, no ano passado, Toffoli havia entendido que “não se trata de uma hipótese de obediência às regras processuais que levou a 13ª Vara Federal de Curitiba a processar o Requerente, mas os interesses pessoais dos agentes públicos que oficiaram nesses casos, que mediante variados artifícios ilegais, logrou a satisfação de um projeto pessoal de perseguição pelas vias judiciais.”
Mais um reflexo da postura politiqueira e histriônica de Toffoli, figura historicamente ligada ao lulopetismo, que não teve o menor pudor em invocar as tais mensagens da “vaza-jato” – hackeadas, e, assim, obtidas por meio ilícito! – para colocar por terra todas as evidências legítimas de corrupção de potentados da nossa republiqueta. Autêntico coveiro de um “cemitério de provas”, Toffoli tem sido reconhecido, até pela mídia estrangeira, como um dos maiores garantidores na impunidade de delinquentes do colarinho branco. O caso envolvendo Richa foi mais um desdobramento da perversa “jurisprudência Toffoli”, que, assim como todos os demais desmandos togados, só se mantém de pé graças ao nosso atual apagão de senado.
Fonte: Gazeta do Povo