Os três membros da família Mantovani, investigados e alvos de ação penal da PGR por pretensas agressões verbais a Alexandre de Moraes e seu filho, em Roma, acabam de rejeitar um acordo de não-persecução penal (ANPP), oferecido pela procuradoria. Nos termos do acordo proposto, o trio teria de admitir a prática dos crimes de calúnia e injúria real contra os Moraes, e, em contrapartida, cumpririam medidas alternativas à prisão.
Segundo o advogado Ralph Tórtima, responsável pela defesa, a família Mantovani “não concorda que tenha feito qualquer ofensa direcionada a honra” de Moraes. Até mesmo porque, de acordo com as imagens das câmeras de segurança, foi Alexandre Barci, filho de Moraes, quem agrediu Roberto Mantovani com um tapa na nuca. “Dessa forma, considerando a inviabilidade de confissão sobre algo que eles negam tenha ocorrido, a defesa, com todo respeito, fica impossibilitada de sugerir eventual contraproposta, requerendo o regular andamento do feito”, disse a defesa, em sua resposta à PGR.
Em outro trecho da petição, o advogado enfatizou a supressão, nas imagens, dos frames exibindo a agressão praticada por Barci contra Mantovani. “A cena omitida, na qual Alexandre Barci agride Roberto Mantovani com um tapa na nuca foi presenciada por todos que se encontravam no recinto em que foram exibidos os vídeos”, afirmou a defesa.
O caso Mantovani é uma das maiores aberrações do regime alexandrino. Investigados pela pretensa vítima (o próprio Moraes) e submetidos a um tribunal incompetente para a apreciação de suas condutas, os Mantovani têm vivenciado uma via crucis de mais de um ano de afrontas às suas liberdades, de intimidações e cerceamento ao devido processo legal. Sem uma única prova do tão alardeado “crime” contra os Moraes, os Mantovani já sofreram busca e apreensão em seus endereços, foram objeto de dois relatórios da polícia federal, e de uma denúncia (ação penal) contra eles oferecida junto ao STF.
Atrelados a uma pseudo-investigação para lá de kafkiana, os Mantovani finalmente tiveram acesso a imagens de seu suposto “delito”, com as quais só puderam travar contato nas próprias dependências do Supremo, e na presença de “assessores” de Moraes. Durante a exibição do vídeo, mantido por meses a sete chaves, sob a “guarda” de Dias Toffoli, os peritos constataram a eliminação do trecho decisivo para o deslinde do caso, pois exibia um tapa desferido por Alexandre Barci na nuca do Mantovani. Sob todas essas circunstâncias, a PGR, transformada em mais um “puxadinho” de Moraes, ainda teve a ousadia de propor aos Mantovani a admissão de crimes que eles comprovadamente não cometeram.
Sem mais.
Fonte: Poder 360