Nos autos de uma reclamação apresentada ao STF, e “curiosamente” sorteada à relatoria do ministro Dias Toffoli, o togado determinou o arquivamento de uma ação de improbidade administrativa contra o atual vice-presidente, Geraldo Alckmin. Em um tribunal cujo presidente se recusa a exibir o código-fonte dos sorteios de seus relatores, o sistema nos força a “acreditar” que Toffoli tenha se tornado, na prática suprema, um juiz prevento para relatar os casos mais assombrosos de malfeitos.
No corpo da decisão, o togado, conhecido na planilha da Odebrecht como “o amigo do amigo do meu pai”, usou tinta para tecer longas considerações sobre o conceito de “probidade”, e sobre o tratamento conferido ao conceito pelas sucessivas Constituições e pelas leis brasileiras. Um autêntico escárnio, em se tratando de pseudo-juiz que, conforme é de conhecimento público, somente chegou à cúpula judiciária por ter sido advogado de figuras como José Dirceu, e que, durante sua atuação judicante, se tornou conhecido – inclusive pela mídia internacional! – como “coveiro” de provas, e, por consequência, como “libertador” de corruptos notórios.
Por óbvio, Toffoli insistiu na tese por ele inaugurada, segundo a qual as provas constantes da planilha da empreiteira – onde ele mesmo constava como um dos envolvidos nas tenebrosas transações! – seriam imprestáveis, por terem sido anuladas pelo Supremo a partir de mensagens hackeadas (ilícitas) e jamais periciadas. “Tais elementos só revelam o “modus operandi” registrado na “planilha” do “Departamento de Operações Estruturadas” da Odebrecht – prova declarada imprestável por esta Suprema Corte-, estando pois contaminados os referidos elementos pela pecha da nulidade”, escreveu Toffoli, em mais um de seus salvo-condutos a conhecidos autores de malfeitos.
Nossa corte suprema, tomada por tipos ligados à criminalidade em todos os seus matizes, conseguiu transformar suas decisões em decretos censores, ou em licenças para atividades delitivas. Até quando um país inteiro conseguirá lidar com uma cúpula togada que já não ostenta mais uma gota de credibilidade?
Confira a íntegra da decisão:
https://static.poder360.com.br/2024/10/decisao-toffoli-alckmin.pdf
Uma resposta
Só se for no Irã que o Alckmin é probo ministro Toffoli e cá entre nós o que o sr. (sempre “sorteado” relator de casos assim) sabe sobre probidade?