Durante audiência realizada na última sexta-feira sobre casos do 08.01, o juiz André Tudisco, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, revelou que sua análise dos processos ensejados pela manifestação estaria sendo feita “a toque de caixa”. “Estou fazendo a toque de caixa e estou até me confundindo”, disse o magistrado, após ter errado o nome do manifestante Sílvio da Rocha Silveira.
Mais um dentre milhares de casos envolvendo pessoas sem foro privilegiado, e, ainda assim, investigadas, processadas e julgadas por um STF incompetente, sem individualização de condutas, sem garantia ao contraditório, à ampla defesa ou ao direito a recursos. Seres humanos tratados como autênticas cabeças de gado, por pseudo-magistrados que sequer se dão ao trabalho de conferir os nomes das partes, enquanto atuam “a toque de caixa”. O “supremo dos supremos” e seus subordinados se permitem tratorar a Constituição e as leis (inclusive a Lei Orgânica da Magistratura) para atentarem diariamente contra as garantias individuais. Afinal, sob o regime atual, o fazer justiça se tornou um adereço bastante inconveniente; para os nossos figurões de toga, que não hesitam em proferir pérolas ao estilo do “ainda tem muita gente para prender”, importante mesmo é colecionar encarcerados. Ou seriam “vencidos”?
Pior ainda é que você não verá qualquer resposta efetiva por parte do CNJ, da OAB, e, muito menos, da atual composição do senado. Os desmandos se avolumam sob o silêncio conivente de todas as instituições. Fiasco.
Fonte: Revista Oeste